Lecco, 2011
Há meses comecei a
participar de alguns grupos no Facebook sobre brasileiros na Itália, na Europa,
no exterior, etc, e, desde então, tenho observado todas as discussões que aparecem por lá.
Tem um pouco de tudo, desde onde comprar couve até pedidos de ajuda, troca de
informações, anuncio de aluguel e mais uma infinidade de coisas. Mas o que mais
me chamou atenção é que quando compartilho algum post relacionado à Itália, com
curiosidades culturais, lugares legais para conhecer ou situações engraçadas
que já vivi desde que moro aqui, surge sempre alguém revoltado. Alguém
contando experiências ruins, alguém magoado com o jeitinho nada delicado do
italiano, alguém que talvez não tenha encontrado aqui o que
esperava. Sei bem que a vida não é um mar de rosas e que, em algum
momento, é normal que algo dê errado. A minha vida não é perfeita e a sua
provavelmente também não é. Mas ao ler esse tipo de comentário, em que tentam
rotular a Itália ou os italianos de alguma forma, eu fico profundamente magoada
da mesma forma que fico quando alguém reclama do brasileiro ou do Brasil.
Detesto generalizações, mas mais
que isso, acho que cada um vê aquilo que quer ver. E toda vez eu pergunto a mim
mesma: será que essa pessoa realmente se preparou e se informou para estar
aqui? Com que olhos ela está olhando a Itália?
Digo isso porque
acho que ter tido um primeiro contato com italianos no Brasil (meus professores
de curso) foi essencial. Ali mesmo entendi que alguns comportamentos, não são
grosserias, mas simplesmente o jeito deles. E nisso tudo, ser de humanas e ter
tido uma base de antropologia só me ajudou a não julgar precipitadamente certos
hábitos. O que pode parecer normal para mim, também pode ser estranho aos olhos
dos outros. Um exemplo simples é o ato de assoar o nariz em público que, no
inicio, me incomodava muito. Mas depois de um tempo, comecei a concordar que
mais nojento ainda é fungar, puxando a coriza pra dentro. Uma coisa que, além
de nojenta, me deixava com uma baita dor de cabeça, quando estava gripada e
repetia o ato várias vezes.
O bidê também era
um mito. Algo que eu usava para lavar os pés, uma peça de roupa à mão, encher o
balde, mas nunca para a finalidade para a qual foi criado. Mas depois que me
rendi, não troco aquela sensação de refrescancia intima por nada,
principalmente nos dias do ciclo.
A franqueza italiana
também já me contaminou e, embora, como boa mineira que sou, eu ainda
tente falar tudo de um jeitinho delicado que amenize certas situações,
há momentos em que não tem jeito. Preciso dizer com todas as letras o que
quero e o que não quero. Ninguém nunca morreu por isso.
Oba!! =D
ResponderExcluirFalou tuuuudo Cris.
ResponderExcluir=D
ExcluirCris, esse texto seu serve pra qualquer tipo de mudança que vamos fazer. Acredito mesmo que cada um vê aquilo que quer ver e que sair da caixinha deixa a vida bem mais leve de viver :)
ResponderExcluirAliás, lembrei daquela conversa que tive com cê na sua casa, exatamente sobre isso de reclamarem que são maltratados aqui ou lá. Tudo depende da sua postura diante das coisas.
Beijo <3
Exatamente, Carolda! Nem lembrava mais daquela conversa, mas agora lembrei, é bem por ai mesmo.
ExcluirQue bom que ja vai preparada. :)
Bjao! <3